segunda-feira, 25 de julho de 2011

Patach Eliahu

Uma das formas mais interessantes de se atrair a misericórdia para o mundo é sentir a dor dos outros como se fosse nossa.

Compaixão, no sentido cabalista, não é sentir pena do outro e, sim, ser capaz de entrar na pele do outro e sentir a dor que ele sente. Isto, faz parte do mandamento de "amar ao próximo como a si mesmo".

Na Sintonia Semanal desta semana, o cabalista Yehuda Berg nos escreve:


"(...) Todos nós possuímos um sentimento inato natural de compaixão quando escutamos falar dos problemas dos outros. Mas existe uma grande distância entre esse sentimento de compaixão e realmente sentir a dor de outra pessoa como se fosse nossa.

Mesmo quando se trata de pequenas doenças como uma gripe, um resfriado ou uma dor de estômago – que todos nós já sentimos – não é fácil para nós despertar sentimento pela dor e o desconforto dos outros como se fossem nossos. E isso é muito mais verdadeiro quando alguém está passando por um desafio ainda maior, um desafio que nunca tenhamos enfrentado.

Vocês devem estar se perguntando por que precisamos desenvolver esse sentimento cada vez mais forte pela dor dos outros.

Um dos motivos é ‘alimentar a máquina’ que conduz nosso crescimento espiritual e nosso desejo de ajudar o mundo. Se nosso desejo pelo crescimento espiritual for limitado pela nossa própria necessidade de plenitude, então quando nos sentirmos felizes ou em uma posição espiritual relativamente boa, nossa motivação para o trabalho espiritual e para ajudar os outros diminuirá. Mas se continuarmos a aumentar o nosso desejo de sentir a dor do outro como nossa própria dor, podemos ter uma fonte inesgotável de determinação para aumentar sempre o nosso trabalho espiritual.

É claro que podemos estar confortáveis neste momento, mas e os milhões de pessoas que estão sofrendo ao nosso redor? Ligue sua televisão, leia as estatísticas sobre doenças, as taxas de suicídio, os números crescentes de desemprego. Nosso trabalho pode e deve ajudar incontáveis pessoas, e precisamos apreciar esse nosso poder, não importa onde estejamos na cadeia da vida. Quando nos transformamos, influenciamos o quantum de transformação.

(...)

Não posso reenfatizar o suficiente a importância desse ensinamento, e muitas pessoas podem achar que conhecem essa verdade espiritual. Mas todos nós temos que nos perguntar: “Será que eu realmente sinto a dor da outra pessoa?” Adquira o hábito de fazer esta pergunta cada vez que uma situação o confrontar – com seus amigos, familiares e com as pessoas com quem você interage no dia a dia.

Esta semana, encontre alguém cuja dor, cujo peso você possa assumir. Imagine o nosso mundo com um pouco menos de dor e multiplique isso por seis bilhões. Você pode aliviar esta carga."


Existe um ferramenta cabalista que ajuda a abrir nosso coração para a dor do mundo: o Patach Eliahu (Elias Abriu).

Patch Eliahu é uma parte do Tikkunei Zohar (70 comentários que Shimon Bar Yochai faz sobre a palavra Bereshit).

Baixe a ferramenta aqui: Patach Eliahu

Esse link é da página Daily Zohar.


O profeta Elias possui a chave para abertura de Binah, fazendo o fluxo de Chochmah chegar até as sefirot inferiores. Binah, no corpo humano, é o coração.

No texto do Patach Eliahu, temos a descrição do fluxo que vai do Infinito, das 10 Sefirot e de sua correspondência com o corpo humano, fazendo, assim, a ponte de letras hebraicas que abre o nosso coração para que flua a Luz do Infinito até Malchut.

Ao abrir nosso coração, tornamo-nos sensíveis às dores do mundo.

O modo de utilizar o Patach Eliahu é:

a) Visualizando o texto em aramaico (da direita para a esquerda) antes de acordar e antes de dormir; ou

b) Visualizando o texto em aramaico antes do Sol nascer; ou

c) Visualizando o texto em aramaico à meia-noite.

O ideal é que seja feito todos os dias para irmos quebrando as clipot (cascaas) que cobrem o coração paulatinamente.

Quem souber aramaico, deve recitar o texto também.

Quem não souber aramaico pode visualizar (escanear) o texto e depois ler a tradução do mesmo.

Kol Tov!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Ferramentas para trazer a Misericórdia

Há algumas ferramentas muito interessantes para se trazer a Misericórdia para a fisicalidade.

Já discorri sobre como os rituais são importantes para que possamos ultrapassar (ou melhor, pular) a barreira do ego e permitir que nos conectemos com nossa alma.

A primeira - e mais importante conexão do cabalista - é o Cabalat Shabat. Descrevo a maneira mais simples de fazê-lo:

Itens fundamentais:
2 velas brancas
Salmo 92

Itens avançados:
1 tacinha de vinho kosher (86ml, no mínimo)
1 chalah (pão trançado) pequena ou grande
1 pratinho ou pires com um pouquinho de sal


Na sexta-feira, final da tarde:

Coloque as velas de preferência na mesa onde se fazem as refeições;
Coloque a chalá e a tacinha de vinho na mesa também.

1) Observe o horário de acendimento das velas e procure acendê-las até 45 minutos depois do horário marcado. Se vc não puder observar o horário, acenda-as assim que o Sol começar a ser por.

Acenda a vela da direita primeiro, depois a da esquerda.

2) Quando escurecer, em frente às velas, cubra os olhos com a mão direita e recite a benção:

Baruch Atah Adonai, Eloheinu Melech HaOlam, Asher Kideshanu Bemitzvotav Vetzivanu Lehadlic Ner Shel Shabat Codesh.


Recite o Salmo 92.

3) Descubra os olhos e observe as velas um pouco. Envie a energia de misericórdia do Shabat para todos os cantos do mundo e do universo.

4) Pegue a tacinha de vinho com a mão direita e recite as seguintes bençãos:

Yom hashishi, vaychulu; hashamáyim vehaárets vechol tsevaam. Vaychal E-lo-him, bayom hashe-vií, melachtô asher assá, vayishbot bayom hashe-vií micol melachtô asher assá. Vayvárech E-lo-him et yom hashevií, vaycadêsh otô, ki vo shavat micol melachtô, asher bará E-lo-him laassot.

Savri maranan: Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam borê peri ha-gáfen.

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, asher kideshánu bemitsvotav, verátsa-bánu, ve’Sha-bat codshô beahavá uvratson hinchilánu, zicaron lemaassê vereshit; techilá lemicraê c ôdesh, zêcher litsiat Mitsráyim. Ki vánu vachárta, veotánu ki-dáshta micol haamim, ve’Shabat codshechá, be-ahavá uvratson hinchaltánu. Baruch Atá A-do-nai, mecadesh ha’Shabat.


Beba o vinho.

5) Coloque a mão direita sobre a chalah e recite a benção:

Baruch Atah Adonai, Eloheinu Melech HaOlam, HaMotsi Lechem Min HaArets

Corte um pedaço com a mão, encoste no sal e coma.


O mais importante é acender as velas de Shabat e fazer a benção. Sempre faça o Shabat. Não é necessário que toda a humanidade faça o Shabat, pois quem faz, pode fazê-lo pelos outros.

=============================================

Depois, gosto de citar o Tzedakah.

Sempre doe dinheiro e bens. Faça isso sistematicamente. Todos os dias.

Uma forma prática de fazê-lo diariamente é ter um cofrinho na entrada da casa, ou dentro do seu quarto.

Todos os dias, ao sair ou ao voltar para casa, pegue uma moeda de qualquer valor com a mão direita, leve-a ao peito e diga:

Avraham, Itzhak, Yacov

Deposite a moeda dentro do cofrinho.

No final do mês, pegue as moedas acumuladas no cofrinho para alguma instituição, igreja ou para alguém que esteja precisando. Se alguém lhe pedir esmola na rua quando vc está com o tzedaká dentro da bolsa, entregue-o imediatamente a esta pessoa.

==================================================

Também gosto de ensinar O Grande Remédio para todos. É uma combinação de 10 salmos que retificam as 10 Sefirot, revelada por Nachaman de Breslov:

1) Peça aquilo que faz falta para sua alma;

2) Peça perdão pelas suas transgressões, conscientes e inconscientes. Lembre-se de cada uma delas e arrependa-se legitimamente.

3) Agradeça, do fundo do coração, por todas as bençãos que vc recebeu. As que vc teve conhecimento e as que lhe são ocultas.

Recite os seguintes salmos sem interrupção:

16, 32, 41, 42, 59, 77, 90, 105, 137 e 150