quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Chanukah Sameach!!!

Que possamos operar todos os milagres para o mundo!

Hoje, 24 de Kislev, é a hilulá de Avraham Abuláfia, um dos cabalistas mais influentes e mal interpretados. Para conectar-se à grande sabedoria deste mestre, acenda uma vela de hilulá.

Após as 19hs (horário de verão), teremos o início do mágico período de Chanukah! Que o Eterno nos ilumine muito!!

Mazal Tov

domingo, 29 de agosto de 2010

Contagem regressiva para 5771 - Tiféret

Estamos nos últimos 12 dias antes de Rosh HaShaná (início do ano) cabalista.

Para todo cabalista é um momento muito importante, porque temos a oportunidade de retificar nosso caminho para o próximo ano. Podemos eliminar as sementes negativas que andamos plantando (Vendo, obviamente, como corrigi-las. Não existe atalho.)  e podemos plantar novas sementes positivas (Planejando o ano que se iniciará).

Uma das principais coisas a se fazer é ir relembrando o ano que passou, de Tishrei a Elul. Vamos vendo o que fizemos para revelar Luz e o que fizemos para ocultá-la (aonde foi que pisamos na jaca).

Outra coisa que gosto muito do mês de Elul é  a possibilidade de nos livrarmos dos entulhos emocionais. É um ótimo mês para nos livrarmos de todas as besteiras que estão acumuladas em casa. Limpe os armários, gavetas, baús. Dê aquilo que vc nunca usa. Desapegue e abra espaço para receber a Luz do novo ciclo que se inicia.

Shaná Tová, amigos!! Que 5771 nos seja muito, muito doce!!




A aquarela acima é de Amit Yaffé: http://www.amityaffe.com/

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Mês de Elul

No mês de Elul temos a grande oportunidade de realizar a Teshuvah (o retorno ao nosso estado puro original). É o último mês do ano cabalista.

Há informação suficiente sobre esse mês em outros sites da internet.

Portanto, colocarei aqui apenas as seguintes observações:

1) Todos os dias deste mês (que começou ontem), faça uma lista de todas as coisas das quais você se arrepende. Sinta a dor daqueles a quem você fez mal, a dor do mundo (que ficou pior depois da sua pisada na bola) e da sua dor por ter errado. Veja como vc pode corrigir o seu erro e comprometa-se a nunca mais fazer isso novamente. E NÃO FAÇA NOVAMENTE!

2) Observe o que é difícil pra vc compartilhar e COMPARTILHE. Compartilhe todos os dias do mês, mesmo que seja apenas uma moedinha de 5 centavos, mesmo que seja apenas um sorriso ou uma palavra amiga.

3) Ouça o shofar todos os dias (apenas de manhã, não ouça à noite). Baixe o toque do shofar:


Chodesh Tov! Vamos nos preparar para receber o novo ano!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Bein Hametzarim 2010

A partir das 18:00hs do dia 28/06 até as 18hs do dia 20/07 de 2010, temos o período de contração chamado "Bein Hametzarim" ("entre limites" ou "entre estreitos").

Mais uma vez devemos prestar atenção à nossa sombra, que será exacerbada de forma a nos desconectar da Luz.

No entanto, se pudermos transformar nossos defeitos e os obstáculos que se apresentam à nossa frente em eventos benéficos para os demais, estaremos realizando o objetivo real da existência deste período, que é a purificação do mundo.

A energia é de destruição, ruptura. As coisas nos levarão à quebra dos muros ilusórios que nosso ego cria para nos manter presos à fisicalidade.

Portanto, encare os momentos "atravancados"  desta fase como oportunidades de revelação de Centelhas Divinas. Aproveite!

Algumas congregações realizam jejum completo (sem água e sem comida) nos dias 17 de Tamuz (este ano: 18hs do dia 28/06 até 18hs do dia 29/06) e 09 de Av (este ano: 18hs do dia 19/07 até 18hs do dia 20/07). Faça algum tipo de restrição nesses dias, se for possível.

Outras restrições que costumamos aplicar ao período do Bein Hametzarim:

  1. Evite as situações perigosas ou as tarefas arriscadas.
  2. Não realize casamentos.
  3. Evite celebrações públicas, especialmente as festivas.
  4. Evite viagens de passeio.
  5. Não corte o cabelo ou faça a barba.
  6. Não corte as unhas das 18hs do dia 17/07 até as 18hs do dia 20/07 (semana em que cai o 9 de AV).
Estes momentos "contraídos" são adequados para fecharmos receptores ruins e curarmos nossa alma. Por isso, utilizamos a restrição: para abrir espaço e preparar o terreno para novos receptores para a Luz. Especialmente, para nos prepararmos para o 15 de Av, que é um dia de oportunidade de Iluminação. Um dia maravilhoso!

Vamos respirar fundo e mergulhar dentro do nosso próprio ser. Vamos descobrir a Verdade (Emet). Vamos nos desconstruir e nos reconstruir. Não perca esta chance.

Em 17 de Tamuz, os hebreus criaram o Bezerro de Ouro, uma energia gerada pela falta de confiança no Eterno e na incapacidade de esperar pelo momento correto da Luz se manifestar.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A Pureza do Coração.

Conversando com um amigo Sufi, discutíamos sobre a importância de se estabelecer a pureza do coração.

Para os cabalistas, quase todo sofrimento pelo qual você passa nesta vida, é porque seu coração está com uma casca (clipá) que te impede de ver a Verdade (Emet) das coisas. Esses momentos de dor servem para você aprender a tirar essa casca e revelar o Grande Bem que ali está oculto.

O Rei David fez suas besteiras em seu tempo e, em determinado momento, chegou sua hora de tirar essas cascas e revelar centelhas divinas. Chegou a ocasião do tikun do Rei David e então, ele sofreu. Ele fez seu tikun tão bem que hoje temos um enorme legado deixado por ele para nos conectarmos ao Divino, incluindo o Livro dos Salmos (Tehilim), nossa maior arma para combatermos nossa sombra.

No salmo 51, o Rei Davi pede "Lev Tahor Berah Li Elohim" (Ó Eterno, cria em mim um coração puro), para que ele pudesse superar todo o sofrimento pelo qual passava e revelasse a Luz. Usamos esse salmo para isso: fazer o nosso tikun. Reze-o todo dia nessa intenção, de não desperdiçar as suas oportunidades de fazer tikun. Não as maldiga, aproveite-as, supere o sofrimento, faça a dor se transformar em Luz (se não for para você, que seja para aqueles que estão à sua volta).

Ouvi, sobre o Lev Tahor, a seguinte história que compartilho aqui:

Uma escola espiritual ia muito bem até que, um dia, seus membros começaram a tentar mostrar uns aos outros que o jeito pessoal de cada um deles era o jeito mais correto de se louvar a D-us.

Isso obviamente começou a causar desavenças e as pessoas que frequentavam a escola começaram a sair. A escola começou a ficar vazia.

Foi quando eles receberam a visita de um tzadik e perguntaram-lhe como fazer para que a escola voltasse a prosperar.

O sábio ficou lá uma semana e, antes de ir embora, lhes disse: "Eu não sei qual é o problema da escola de vocês. Só sei que um de vocês é o Mashiach."

Eles ficaram perplexos com tal afirmação e começaram a especular, cada um por si, sobre qual deles seria o tal Mashiach escondido. Assim sendo, começaram a pensar coisas do tipo: "Fulano poderia ser o Mashiach, pois veja como ele ora com fervor e paixão", ou "Siclano poderia ser o Mashiach, pois ele tem o coração mais puro de todos".

Desta maneira, eles começaram a se olhar apenas com Amor e, assim, tiraram a casca de seus corações que impedia que eles se conectassem pelos corações. Essa conexão é a que permite que entendamos que o outro está muito certo no caminho dele e que, nós não temos o direito de julgar se tal caminho é mais ou menos verdadeiro do que o nosso.

Assim, com essa aura de amor voltando a reinar ali, a Shechinah voltou a pairar sobre eles e as pessoas voltaram a frequentar a escola.

Lech LeShalom

sábado, 15 de maio de 2010

Shavuot

Dia 06 de Sivan celebramos Shavuot!  

E B A ! ! !
 

Neste dia, foi outorgada a Torah para a humanidade. Dois fatos indicam que este conhecimento é para todos:

1) Foi outorgada no deserto, que é "terra de ninguém";
2) Foi outorgada no Monte Sinai, que não é o mais imponente, e sim, o mais banal e humilde dos montes, mas aquele que se prestou a isso;
3) Foi outorgada em 70 línguas diferentes, ou seja, para todas as 70 Nações do mundo.

Costuma-se fazer uma vigília durante a noite de Shavuot pois, segundo o Zohar temos até o poder de reverter os decretos de Yom Kippur.

Basicamente, recebemos uma "doença" ao comer do fruto da Árvore do Bem e do Mal: a morte. Assim, em Shavuot nos conectamos à Imortalidade novamente.

A Árvore do Bem e do Mal é a realidade dual, fragmentada: "eles são maus, eu sou bonzinho", "eu sou bacana, eles são pregos", "a minha Cabalah é a verdadeira, a deles é a falsa", etc. Em Shavuot podemos corrigir isso.

O costume da vigília parece vir do nosso querido Rabbi Yossef Caro. No entanto, o Arizal também estressa a importância do costume, pois diz que podemos corrigir o fato de que, no momento da revelação da Torah, somente Mosheh estava acordado (o restante do povo dormindo). Por isso, fazemos uma vigília que se chama "Tikun Layla Shavuot". Lê-se os 10 Mandamentos, um texto chamado "Tikun Shavuot", o livro de Ruth, além de se estudar vários textos sagrados e histórias de tsadikim.

Os Ashkenazi lêem um poema chamado "Akdamut", do Rabbi Meir de Worms. E os Sefaraditas lêem o "Ketuvah" do Rabbi Ysrael Najara. Normalmente, são lidos antes de se falar os mandamentos.

Nesta página temos uma tradução de ambos poemas para o inglês:  http://www.ou.org/holidays/shavuot/akdamut_and_ketuvah

Algumas congregações também acendem a Menorah neste dia, com cada vela conectando a um patriarca diferente (Avraham Avinu, Yitzhak Avinu, Yaacov Avinu, Moshé Rabeinu, Aharon HaCohen, Yossef HaTzadik e David HaMelech).

Como a Torah foi outorgada durante a madrugada, na verdade acredito que este seja o motivo principal pelo qual nossos sábios indicam a vigília:  a energia deste momento está em seu ápice durante a madrugada mesmo.

Shavuot também contém a hilulah (aniversário de morte) do meu querido-amado-mais-maravihoso-do-mundo Baal Shem Tov (D-us sempre o abençoe e permita sempre que possamos acessar sua consciência). Costumamos nos conectar a ele através da vela de Hilulah e de suas histórias.

Também é a Hilulá de, nada mais, nada menos do que David HaMelech (este é o motivo da leitura do livro de Ruth).

É também um hábito enfeitarmos a sinagoga e a nossa casa com folhagens, flores e frutas, pois Shavuot também é a festa das primícias.

Todo o refinamento pelo qual passamos durante o Omer, foi apenas uma preparação para a grande Luz que nos chega em Shavuot. Portanto, também é um grande ápice para todos aqueles que vêm se restringindo e esvaziando desde Pessach.

Shavuot é um dos momentos "extravasa" dos cabalistas, portanto exercitamos muito a Simchah (Alegria) neste dia.

Procure um grupo cabalista próximo a você para comemorar esta maravilhosa data. Este ano, o Kabbalah Center irá transmitir Shavuot online para aqueles que estão longe e desejam participar. Entre em contato com eles.

Este ano, Shavuot será celebrado do dia 18/05 para o dia 19/05.

E Chag Shavuot Sameach para todos nós! Mazal Tov!


( Pinturinha do Rebbe de Lubavitch com a Torah que tirei daqui: http://fineartamerica.com/featured/rebbe-with-torah-moyses-jerussalmy.html )

Se desejar ler os 10 Mandamentos hoje: http://www.megaupload.com/?d=9Q7INH40


Se desejar ler os salmos de hoje: http://www.megaupload.com/?d=UDURJ192

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Mês de Sivan

Usei a configuração da Congregação Judaica do Brasil pra escrever o texto, mas na verdade, juntei informações de várias fontes minhas.

O Omer se suaviza muito depois de Lag BaOmer. E mais ainda, depois do Rosh Chodesh de Sivan.

Segundo a astrologia cabalística, dentro de cada mês todo o Universo adquire as características de determinado Mazal (constelação).

A partir de hoje, 13/05, às 18hs, entraremos em Sivan, mês do Mazal Teomim (Gêmeos).
                                           
Aqui vai um resumito:

SIVAN

É o terceiro mês da roda astrológica cabalista. É um mês de expansão, onde somos propelidos ao progresso pela extrema contração do Omer.

É o mês da outorga da Torah, portanto, é um mês onde podemos alcançar a maturidade espiritual.

LETRA: Zayin.

Seu valor é 7.

Na parashá de Behaalotechah  (que sempre cai no mês de Sivan), há um trecho que se inicia com uma letra Nun ao contrário e termina com outra letra Nun ao contrário. Dizem os nossos sábios que isto foi feito para que houvesse 7 livros na Torah, ao invés de 5.

O número 7 é o número que mais aparece dentro da Torah. Está relacionado à plenitude do recebimeto dessa sabedoria espiritual.

Zayin é também uma "arma" e a utilizamos para cortar nossa negatividade.

Zayin rege a constelação de Gêmeos.

ZODÍACO: Teomim (gêmeos).

Representam as duas Tábuas da Lei recebidas por Moisés.

Mostra que tudo se resume a um trabalho dual, receber e compartilhar, expansão e contração, mitzvot negativas e mitzvot positivas.

Assim, este mês equivale a Tiféret, que internamente possui o arquétipo de gêmeos: Yacov e Esav. Não são gêmeos idênticos e são opostos.

Também temos aqui o casamento entre D-us e Israel. No Shir HaShirim (Cântico dos Cânticos), os amantes são chamados de gêmeos, já não como opostos, mas sim, como semelhantes complementares.

Segundo o Kabbalah Center: "Não há melhor professor do que um geminiano com um grau firme de certeza. Como um signo de comunicação, Gêmeos pode ser um canal perfeito, que pode aprender, compreender e ensinar. O ideal para um geminiano é ser um canal para o máximo de pessoas possível, especialmente para aqueles que estão perdidos em seu caminho, e ajudar os outros a alcançar seu próprio estado de certeza pessoal."

LETRA: Resh

Valor 200.

Rege o planeta Mercúrio.

A letra resh está presente no mês de Elul, que é um mês contraído. Em Elul, plantamos sementes para o ano seguinte. Em Sivan, temos a oportunidade de colhê-las (boas ou ruins).

PLANETA: Cochav. (mercúrio). Cochav se escreve CAF+VAV+CAF+BEIT

Caf+Vav=26=guematria do Tetragrama

Caf+Beit=22=letras criadoras do Universo, caminhos que interligam as Sefirot.

Basicamente, ele se refere a canais de comunicação. O Tetragrama e as letras são vias de manifestação para a Luz. Por isso, Mercúrio é um planeta ligado à comunicação.

Segundo o Kabbalah Center: "Mercúrio é o planeta da comunicação, o que significa que possui as qualificações de um cabo elétrico, uma linha telefônica, um professor, um conselheiro, um contador de histórias – basicamente tudo o que pode transferir qualquer informação do ponto ‘a’ ao ponto ‘b’."


COMBINAÇÃO DAS LETRAS: RESH+ZAYIN

Somam 207, que é a guematria de OR, Luz.

Formam a palavra RAZ, que é segredo.

Com esta combinação revelamos a Luz. Basicamente, este é o significado de Shavuot, quando a Torah nos é revelada.

Ela é revelada após o refinamento feito durante o Omer, onde revelamos as clipót que ocultam a centelha divina de todos os eventos.


TRIBO: Zevulun.

Aqui mais uma vez, o sentido dual do mês permanece. Zevul é céu, e a outorga da Torá é o casamento entre Céu e Terra, como o Shabat (7o. dia).

A tribo de Zevulun trabalhava em conjunto com a de Yissachar (Touro). Zevulun provia o sustento material para que Yissachar se dedicasse ao estudo da Torah. Yissachar e Zevulun constituiam um binômio e é disso que vem a imagem dos gêmeos que deu nome ao Mazal.

Segundo o Ari, o propósito de Zevulun vem de Kether, enquanto o de Yissachar vem de Chochmah. Aqui vemos que é mais importante um propósito ligado ao Propósito Superior do que o resultado, a aparência física que isto pode ter.

Muitas vezes, podemos achar que Zevulun se apresenta muito materialista, mas na verdade, há que se ver a qual propósito esta materialidade serve.


SENTIDO: caminhada (progresso).


Segundo o Chabad: "Aqui, "caminhar" significa o sentido de contínuo progresso. Cada lei da Torá é chamada uma halachá, da palavra "caminhar". Nossos Sábios interpretam o versículo: "as caminhadas do mundo são para Ele" (Habakuk 6:4), que aquele que estuda halachá diariamente com certeza merecerá o Mundo Vindouro.
A Torá nos proporciona a força para caminhar adiante, deixar nosso local de origem a fim de encontrar e elevar as centelhas Divinas caídas presentes em toda a realidade. E assim se afirma sobre Zebulun: Seja feliz, Zebulun, quando sair" (Devarim 33:18)."



EQUIVALÊNCIA NO CORPO HUMANO: Pé esquerdo


Ainda segundo o Chabad: "Quanto a qualquer par de "direito" e "esquerdo", o direito é relativamente espiritual, ao passo que o esquerdo é relativamente físico. Nas palavras de Nossos Sábios: "Ele estendeu Sua mão direita e criou os céus e estendeu Sua mão esquerda e criou a terra."

Como vimos acima, a fala, o sentido de Nissan, é controlada pelo pé direito. Caminhar, o sentido de Sivan, é controlado pelo pé esquerdo. A fala assemelha-se ao caminhar, pois encontramos freqüentemente na Bíblia a expressão "língua caminhante". Apesar disso, a fala é relativamente mais espiritual que o caminhar (embora ambos possuam uma dimensão interior espiritual: fala – o sentido de liderança; caminhar – o sentido do progresso).

Encontramos em Mishlê (10:9): "Aquele que caminha com sinceridade caminhará com segurança." Sinceridade (temimut) é a propriedade do pé esquerdo (a sefirá de hod); segurança (bitachon) é a propriedade do pé direito (a sefira de netzach; confiança dá à pessoa a capacidade de falar claramente sem "gaguejar" [que na boca corresponde a "tropeçar" para os pés]). Assim, o versículo sugere que a pessoa deveria caminhar "esquerda, direita…," pois é o pé esquerdo que governa o ato geral de caminhar."



FESTA: Shavuot.


MITSVÁ: Estudo.


Segundo a CJB: "O despertar de uma nova consciência é ato amoroso, uma aliança entre quem ilumina e quem é iluminado."

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Yessod de Yessod - Yossef HaTzadik

Zion Nefesh, no seu weblog RabbiShimon, dá o toque sobre este dia.

Hoje estamos em Yessod de Yessod, ou seja, a Verdade do Fundamento ou o Fundamento da Verdade. Yessod é a morada dos nossos pactos, alianças, nosso conjunto de valores e da Verdade (Emet).

O arquétipo de Yessod é Yossef. E ele é um dos patriarcas de caráter mais sublime.

Yossef foi vendido pelos irmãos como escravo, ficou preso 12 anos e se tornou primeiro ministro do Faraó do Egito.

A beleza da história de Yossef está na passagem: "Yossef reconheceu seus irmãos, mas eles não o reconheceram." (Bereshit, 42:8)

Aqui vemos que ele era capaz de reconhecer a centelha divina, não só em seus irmãos, mas em todos os eventos aparentemente sinistros de sua vida.

E, obviamente, no final da contas, tudo estava ocorrendo para que ele chegasse ao posto de primeiro ministro e, com isso, salvasse a vida de milhares de pessoas.

Yossef reconhece isso: reconhece que tudo o que ele estava vivendo era exatamente o que ele precisava para servir a D-us. Ele via a Verdade. Ele via santidade em seus irmãos e, não, a sombra deles que os fizeram vendê-lo como escravo. Pois tudo ocorreu por um motivo luminoso.

Yossef também interpretava sonhos, e os sonhos estão ligados à esfera de Yessod.
(“O único meio de se evitar de cair sob a influência de demônios ou espíritos impuros, quando entramos no domínio dos sonhos, é: recitar o Shema Israel, e outras preces que se revelarão como proteções muito eficazes para a viagem noturna.”)

Yessod também é extremamente atacada pelo Anjo da Morte. É o "gargalo" que leva o Mundo Infinito até a fisicalidade, Malchut. E é por isso que são plantadas ali as sementes da dúvida, os pactos com mentiras, os valores que nos impedem de ver justamente a Verdade.

É fundamental que deixemos Yessod sempre aberta para que o fluxo de Luz fique livre. E para isso, temos que ser como Yossef.

No Chabad temos um belo relato sobre Yossef: http://www.chabad.org.br/biblioteca/artigos/Yossef/home.html

Na Revista Morashá, também: http://chapermann.spaces.live.com/blog/cns!4DA615FA9B4D7ABB!6220.entry

Vamos ler sobre Yossef hoje, e nos conectarmos à sua consciência. Vamos nos preparar para Shavuot!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Lag BaOmer - Uma Maravilha!

Quando estamos em um ambiente totalmente escuro, qualquer foco de luz, por menor que seja, iluminará tudo.

Este é o efeito de Lag BaOmer. Um foco de Luz (no caso, de MUITA Luz) dentro de um período escuro.

Lag tem o valor de 33 (Lamed>Guimel) em hebraico. É o 33o. dia do Omer (cai em 18 de Yiar, seria dentro da lua cheia de Touro). Se lermos lag ao contrário (Guimel>Lamed), temos a palavra Gal, que significa "onda". Este dia é justamente uma onda e, se conseguirmos "surfá-la",  somos elevados. Esta elevação continuará reverberando até o próximo Lag BaOmer.

Em Lag BaOmer cessam muitas das restrições do Omer, como o corte de cabelo, e foi marcado por alguns eventos positivos dentro da Tradição Cabalista:

1) Cessa a morte dos discípulos de Rav Akiva. Eles foram assolados por uma praga durante o Omer, devido à incapacidade de respeitar as suas diferenças. Akiva tinha 24.000 discípulos, o que levou a 24.000 nuances de interpretação da Torah. No entanto, estes discípulos começaram a "corrigir-se" mutuamente, cada um querendo impor a sua verdade ao outro. Não souberam compreender, respeitar, os caminhos individuais. A Verdade é uma (Emet), no entanto, ela assume infinitas roupagens dentro da fisicalidade. Isto abriu uma brecha, uma necessidade de correção e então, foram assolados por uma praga. Esta mortandade termina num Lag BaOmer e restam apenas 5 discípulos a Akiva, dentre eles, Rav Shimon BarYochai (que viria a escrever o Zohar).

2) Shimon BarYochai, que ficou escondido 13 anos numa gruta recebendo o Zohar, finalmente sai e pode começar a expandir sua Sabedoria. Isto ocorre num Lag BaOmer.

3) Shimon BarYochai vai embora deste mundo num Lag BaOmer. Ele revela o Zohar no dia de sua partida. Por ser um tzadik, um iluminado, ele abre um portal de acesso a esta consciência no dia de sua morte.

Como veem, temos um momento muito especial!


São hábitos de Lag BaOmer:

- Vigília. O ápice de Lag BaOmer ocorre na madrugada, portanto, não dormimos. Fazemos a hilulá (conexão com a consciência de um tzadik) de Rav Shimon BarYochai e lemos o Zohar.

- Acendimento de uma fogueira. Também costumamos acender uma fogueira (ou algumas tochas) relembrando um hábito das crianças que, para despistar os oficiais romanos que perseguiam Rav Shimon, acendiam muitas fogueiras e tochas nas montanhas. Desta forma, ele não podia ser localizado à noite.

- Corte de cabelo. Como fica suspensa a restrição ao corte de cabelo, é comum que se faça isto no Lag BaOmer. Muitas pessoas esperam para realizar o primeiro corte de cabelo dos meninos (com 3 anos) em Lag BaOmer.

- Comer ovos. É comum que se coma ovos cujas cascas foram pintadas, enfeitadas, em Lag BaOmer. Para alguns, os ovos são símbolo de luto. Para outros, é uma forma de "comer o coração endurecido do Faraó".

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Este ano, Lag BaOmer cai no dia 02/05. A vigília, portanto, ocorre da noite do dia 01/05 para o dia 02/05.

Quem puder, procure um grupo cabalista para realizar a sua conexão de Lag BaOmer. É imperdível! O Kabbalah Centre irá transmitir a deles pela internet, portanto, entre em contato para saber como acompanhar também.

Se não puder, compre uma versão do Zohar e leia um pouco na noite do dia 01/05 para o dia 02/05. Leia sobre a vida de Rav Shimon BarYochai, Rav Akiva e demais tzadikim da Tradição.

Chag Sameach!

Baixe aqui o Idra Zuta para ler durante o Lag BaOmer: http://dailyzohar.com/?p=1838

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Afinal, o que é Cabala / Kabbalah / Qabalah / Cabalah?

A Cabalah é um método para se alcançar a Iluminação.

Como todo método de Iluminação, ela envolve determinadas disciplinas, práticas "obrigatórias", hábitos inegociáveis.

Existem práticas referentes à alimentação, práticas referentes ao trato com dinheiro e posses materiais, práticas referentes à sexualidade, práticas referentes à relação com as demais criaturas do planeta e, principalmente, práticas para conexão com o Criador.

O principal conceito que deve permear todas as atividades diárias do cabalista é "amar ao próximo como a si mesmo".

O cabalista busca tornar-se um canal e uma morada para o Criador dentro da fisicalidade. Para isso, ele busca extirpar todas as ilusões e obstáculos que o impedem de se tornar tal.

A maior ilusão, o maior obstáculo é justamente o fato de não nos sentirmos unidos à toda a Criação. Por isso, nos é tão difícil "amar ao próximo como a nós mesmos".

O Sefer Chassidim (p.553) explica este sentimento fragmentado da seguinte forma: "Algumas pessoas rezam e não são atendidas porque permanecem insensíveis aos males dos seus semelhantes". Isto significa que eu jamais me tornarei um canal para a Luz se não me importar com as demais criaturas que me rodeiam.

Portanto, é missão do cabalista extirpar o caos do Universo.

Para trazer o equilíbrio de volta à Criação, o cabalista detém determinadas ferramentas, as quais ele deve compartilhar com os seus semelhantes. Ele irá fazer isso respeitando a diversidade que o Criador desejou que houvesse neste Universo.

Isto significa que a Cabalah NÃO É UMA RELIGIÃO. NÃO BUSCAMOS SEGUIDORES. BUSCAMOS AJUDAR A TODO AQUELE QUE DESEJA SER UM VETOR DE ELIMINAÇÃO DO CAOS DO MUNDO.

Por último, a Cabalah não lhe trará felicidade instantânea, muito menos "a salvação". Você é a única pessoa capaz de se "salvar". Depende de você fazer o que deve ser feito, se tornar uma pessoa melhor, ajudar ao próximo com respeito e compaixão, perceber seu impacto negativo no planeta e corrigi-lo. A Cabalah lhe dará ferramentas extremamente eficientes para que você alcance esses objetivos.

Lech LeShalom

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Literatura para quem deseja conhecer melhor a Cabalah:

"A prática do misticismo judaico" - Rabino David Cooper. ("God is a Verb" - original em inglês MUITO mais completo do que a tradução para o português)

"Tornar-se como D-us" - Michael Berg

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A Oração Cabalista

Eu sei, eu sei, o Omer requer muita oração e meditação. Lendo o Daily Zohar de hoje entendi algo que gostaria de compartilhar: o processo de oração cabalista.

Para começar, vemos os cabalistas sempre dizerem: "D-us não precisa das suas orações. Você é que precisa fazê-las para canalizar a Luz." O que isto quer exatamente dizer? Que tudo o que é e será, já foi criado. Tudo o que vc imaginar e desejar, já existe, já está lá. Apenas nós não conseguimos trazê-lo para a fisicalidade. Seja por incapacidade nossa de canalizar e realizar a Luz, seja porque não existe preparo da realidade para receber determinadas coisas.  

O segundo corolário, da falta de preparo, da falta de receptor da fisicalidade, é o que nos leva a sempre buscarmos nos refinar, nos tornarmos canais viáveis para essa materialização das bençãos.

Temos basicamente 2 níveis de oração:

a) A oração pessoal improvisada, que é provida de uma carga egóica. Quando conseguimos dar uma forma pura aos nossos pedidos, ou seja, quando nosso coração está puro (Lev Tahor) e estamos realmente dispostos a receber aquilo que é melhor para nós e para a coletividade, este tipo de oração alcança níveis muito elevados dentro do Mundo Infinito. Movemos montanhas. No entanto, normalmente injetamos muito das vontades do ego e, também, não percebemos bem o porquê das coisas. Logo, por mais bem intencionados que estejamos, neste tipo de oração geralmente tentamos impôr nossas vontades, com vários argumentos bonitos, mas é nossa vontade. Devemos exercitar esta oração pessoal todos os dias, tentando a cada um deles, sempre refinar o nosso desejo, sentir em nosso coração a Intenção Divina e irmos entrando em sincronia com Ela.

b) O texto sagrado, repetido com foco e emoção. Alguns seres são capazes de unir as palavras de uma forma tal que elas se elevam até os portões do Paraíso, para unir-se perfeitamente ao Santíssimo, Bendito seja Ele (Kadosh Baruch Hu). Estas orações se tornam caminhos, vias de elevação para que qualquer outro ser possa também unir-se a Ele. Os textos sagrados, como a Torah*, os Tehilim** (salmos), o Zohar, o Sefer Yietzirah, o Anah Becoach, o Shemah Israel, o Modeh Ani, as várias bençãos cabalistas, etc., são alguns desses textos divinos. Por isso, os cabalistas costumam meditar recitando estes textos. Nunca fazemos uma oração pessoal, um pedido ao Eterno, sem acompanhá-lo de um desses dizeres divinos.

*A Torah não foi criada por alguém, ela se materializou e já veio com a combinação perfeita de palavras. Embora ela funcione em qq idioma, o ideal é que seja sempre lida em hebraico.

**Já falamos anteriormente que é um hábito retirarmos frases dos Tehilim e repeti-las como uma forma de meditação mântrica. Pois justamente a combinação perfeita das palavras vai criando uma via para as dimensões mais elevadas. O ideal é também repeti-las em hebraico.

O meu amigo Zion Nefesh explicou de maneira excelente como fazemos a oração cabalista. Vou transcrevê-lo aqui:

"Este tipo de oração penetra através dos níveis celestes e abre portas. Os anjos e as criaturas sagradas se unem e apoiam a conexão.

Uma oração apropriada requer três passos:
  1. Pré-meditação – para entrarmos na estrutura correta mental e de consciência. Neste estágio, você elevará sua alma acima da sua fisicalidade. Relaxe o corpo e a mente de qualquer interferência externa. Medite para que suas palavras sejam um canal para a Luz se conectar ao receptor (sua missão/desejo).
  2. Usando o texto sagrado para construir uma "escada" apropriada. Nós usamos os salmos do Rei David e o texto da Torah na oração para este fim. Se você possui orações pessoais (que incluem outras pessoas nelas), então comece lendo ou visualizando ("escaneando") o texto sagrado que já inclui nele uma conexão mais elevada. Continue com sua oração pessoal e termine-a novamente com um texto sagrado.
  3. Meditação silenciosa para visualizar a Luz descendo e se unindo ao receptor.  Nestes estágio, deverá haver entendimento e apreciação do processo. Agradeça à Luz por lhe dar o conhecimento e a habilidade de fazer o que você fez.
Tente fazer com que os três passos tenham duração de tempo igual.

As pessoas que correm para a sinagoga para fazer uma conexão, na maior parte das vezes, a perdem. Eles deveriam, pelo menos, meditar no porquê delas estarem indo ali e no que elas querem alcançar com isso.

D-us não precisa de nossas orações. D-us é uma Força constantemente disponível que nos permite nos conectarmos a Ele e canalizar Seu Poder para energizar nossas ações neste mundo."

In: http://dailyzohar.com/?p=1683

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Shir HaShirim - Cântico dos Cânticos

O Shabat realmente é uma maravilha. Mas, o Shabat de Pessach é sempre muito especial. Nele, entoamos o Cântico dos Cânticos, que é um dos meus textos favoritos.

Todo o ritual do Shabat é um casamento entre Céu e Terra e entre homem e mulher, já que o casal é a materialização dessa intimidade entre D-us e cada um de nós. O erotismo é considerado, pela Cabalá, uma grande ferramenta, pois movimenta uma das mais poderosas fontes de energia que o ser humano pode movimentar. [Dentre as mitzvot (hábitos, mandamentos) do Shabat está o encontro físico do casal durante a madrugada.]

Muitas tradições sabem disso, e muitas se utilizam da sexualidade como ferramenta. Inclusive, as Artes Sombrias são notórias por justamente reduzirem a sexualidade a algo muito baixo em seus rituais.

Dentro da Cabalá, a visão do Cântico dos Cânticos nos dá o sentido "casher", apropriado, da sexualidade. Nele, sentimos falta do outro de forma visceral e, ao estarmos com o outro,  a atmosfera de erotismo é gerada pelo estarmos presentes. É o outro que desperta sensações em nós, mas nós estamos lá para despertar sensações no outro. Assim, temos o fluxo de receber e influenciar e tornamos esse momento em algo de perfeito equilíbrio: influenciamos e nos deixamos influenciar. Esta é a forma de ser que permite que o Universo funcione em harmonia.

Portanto, Shabat com Cântico dos Cânticos tem uma dose extra de Luz e uma dose a mais de erotismo, Graças a D-us.

Que neste Pessach consigamos todos sair da escravidão.

Baixe aqui o Cântico para ler esta noite.

Uma das frases típicas deste texto é o "Ani Le Dodi VeDodi Li" - "Eu sou para o meu amado e ele é para mim". Algumas pessoas gravam isto no interior das alianças de casamento.

terça-feira, 30 de março de 2010

Contagem do Omer

Logo após Pessach, no dia 16 de Nissan, inicia-se a grande restrição do Omer.

É um período muito especial, porque nos leva a MERECER a liberdade. São 49 dias de refinamento e contração, onde vamos trabalhando aspectos da nossa existência em cada dia, de forma a prepararmos nosso receptor para o nível seguinte, que é Tsion, a Terra Prometida.

Muitas vezes saimos do Egito, mas o Egito não saiu de dentro de nós. Durante o Omer, nós realizamos um mergulho dentro das nossas profundezas e olhamos sem medo para nossa sombra. Para que possamos realizar isso, nossa sombra é exacerbada durante o dia-a-dia desses 49 dias. Por isso, alguns classificam o Omer como um "período negativo". Mas, não é verdade. Ele é um período de intensa movimentação interna e de muita restrição externa. Se soubermos aproveitar esse momento tão fértil para nosso crescimento, certamente receberemos a luz no 50o. dia - Shavuot - e poderemos ter o MÉRITO (D-us nos abençoe) de nos tornarmos um canal perfeito para a Luz.

Durante o Omer (do dia 30/03, 18hs ao dia 18/05, 18hs), evitamos:

- Cortar o cabelo;
- Fechar negócios;
- Comprar imóveis;
- Casar;
- Fazer compras que não sejam fundamentais;
- Movimentos expansivos desnecessários. O Omer é péssimo para os inícios, as sementes.

É um ótimo período para planejarmos estas coisas, para procurarmos o que queremos.

E, melhor ainda, para nos livrarmos das sombras, dos nossos lixos existenciais.

Baixe aqui as meditações para este período.

Aproveite-o para enxergar a Verdade. EMET!!!

segunda-feira, 29 de março de 2010

15 de Nissan

Hoje à noite começa o dia 15 de Nissan, onde se localiza a fenda espiritual de Pessach.

15 é formado pelas letras Yud e He - as 2 primeiras do Tetragrama, o nome Sagrado da manifestação primordial de D-us.

Também é a lua cheia de Áries, onde temos a energia do carneiro em seu ápice de potência. Isto nos dá a força necessária para rompermos com as amarras da fisicalidade.

Durante o Seder de Pessach (Jantar de Páscoa), utilizamos o vinho e a matzá o tempo inteiro. O vinho nos conecta a Binah, gerando alegria e removendo as formas de amor negativo. A matzá nos conecta a Chochmah e elimina nossos medos, inseguranças. A matzá também representa o pão não-fermentado, ou seja, a existência que não foi inflada pelo ego.

Até o dia 06 de abril à noite, comemos bastante matzá para aproveitarmos a energia (Pessach se extende por 8 dias, uma escada de Binah a Malchut).

Desejo a todos uma grande e bela libertação! Chag Pessach Sameach! Mazal Tov!


 
 Imagem retirada de: http://andreascookingamoraartedecozinhar.blogspot.com/2009/04/pessach-pascoa-judaica.html

domingo, 28 de março de 2010

Chametz Espiritual

Neste momento, até a manhã do dia 29/03 (Erev Pessach), nós não só recolhemos o fermento que espalhamos pela casa, nós também anotamos todos os nossos "fermentos espirituais".

Fazemos a análise de tudo aquilo que nos aprisiona, nossos comportamentos que nos congelam e escravizam, aquilo que insistimos em acreditar e que só nos faz sofrer. Escrevemos tudo isto num papel e o queimamos na manhã da véspera de Pessach (este ano, no dia 29/03 de manhã).

Experimente entrar nesta energia. Aproveite para se tornar uma pessoa melhor.

Lech LeShalom

sábado, 27 de março de 2010

Pessach e o Sefirat HaOmer

Estamos entrando no período mais crítico do ano. Estamos no primeiro mês do ano astrológico, Nissan, Áries.

Nos primeiros 3 meses da roda astrológica (Nissan, Yiar e Sivan), temos a oportunidade de nos libertarmos de tudo aquilo que nos "escraviza", nos "limita". Especialmente, aquilo que está no nosso interior.

São meses propícios para a contração, o esvaziamento.

Apesar de Nissan possuir a energia expansiva de Áries, é nele que temos a oportunidade de "sair do Egito", ou seja, sair do mundo limitado. Para que esta saída seja possível, não podemos "enrolar". Devemos sair rápido, deixando tudo para trás. Vamos partir para o deserto e não podemos deixar o Faraó (nosso ego) nos alcançar. Não dá tempo de deixar o "pão fermentar", ou seja, largamos todas as nossas questões para trás, sem deixá-las crescer a ponto de ocupar um espaço relevante em nossa consciência.

Este momento de saída é Pessach que, neste ano, ocorre na noite do dia 29/03. O ritual é bastante complexo, porém, dizem os cabalistas, que basta vc se reunir com alguém na noite de pessach, com o intuito de se libertar, de se conectar à energia de libertação, que vc irá usufruir dela.

Preparamos a casa para receber Pessach, limpando a casa e espalhando o hametz (10 pedaços de pão que absorverão o "fermento" da casa).

Também ficaremos os próximos 10 dias sem comer fermento.

Logo após Pessach, temos o Sefirat HaOmer, a Contagem do Omer. São 49 dias de contração, reavaliação da nossa vida, sob a luz dos atributos das 7 Sefirot do emocional.

Dentro do Omer, temos dois momentos muito luminosos: Lag BaOmer (a Hilulá de Shimon Bar Yochai) e Shavuot. Em ambos dias, fazemos uma vigília. Lag BaOmer ocorre no 33o. dia do Omer e Shavuot, no 50o. dia marcando seu encerramento.

Aproveite este período para reavaliar a sua existência. Analise os motivos da sua negatividade. Peça para que a Luz te mostre o que deve ser trabalhado e não perca tempo: jogue fora o lixo existencial!

domingo, 7 de março de 2010

Tehilim - Os Salmos

A principal ferramenta de trabalho do cabalista são as letras hebraicas. A partir delas, formou-se o Universo e é com elas que podemos transmutar a realidade.

As letras podem ser usadas isoladamente ou em grupos. Estes grupos formam nomes, que podem ter um significado intelectual ou não. Em geral, este significado é absolutamente secundário. O que importa é a energia criada pela combinação das letras. Elas são chaves de acesso a estas energias. Por este motivo, não importa se o usuário conhece o idioma hebraico, mesmo que ele não tenha noção do que está lendo, falando ou escrevendo, ele acessará esta energia. É mais um daqueles casos em que temos que ultrapassar a dimensão do lógico, do intelectual, para podermos acessar nossas dimensões superiores.

Tudo o que somos e o que fazemos no Mundo Físico recebe 3 "roupagens": o pensamento, a fala e a ação. Cada uma destas roupagens tem uma força e todas elas são necessárias para que algo se materialize nesta dimensão em que estamos (Malchut). Assim, tudo o que pensamos, falamos e executamos vira realidade. A força e amplitude que este novo ser criado atingirá, depende da energia emocional que colocamos ao criar este novo ser.

Portanto, dentro das práticas cabalistas estão sempre incluídas estas 3 coisas. Muitas vezes, esta ação é o acender uma vela, um incenso. A principal, dentro das linhas mais místicas da cabalá é a escrita. Desenhamos Nomes Sagrados, letras.

Ao desenhar uma letra (especialmente se primeiro nós a contemplamos mentalmente, depois a vocalizamos e depois a escrevemos), criamos um "ser" com aquela energia. Aquele ser continuará influenciando o ambiente a sua volta. Isto se chama "ressonância mórfica" e existe em diversas culturas. Por exemplo, é uma prática comum do Extremo Oriente colocar ideogramas em determinados locais. A simples presença daquele "ser", muda os fluxos energéticos ali existentes. O mesmo é feito com as letras hebraicas. Sozinhas, ou combinadas, elas estão vivas e influenciando aquilo que está ao seu redor.

A partir destes princípios surgiram, dentro da Cabalah, algumas combinações muito poderosas, que são usadas em forma de oração. A principal é o Sêfer HaTorah.

A Torah é o Universo. Ela é a estrutura do Universo materializada. Possuir um pergaminho da Torah em sua casa é algo extremamente luminoso. Lê-lo, olhá-lo, deixá-lo vibrando no ambiente durante algum tempo é fundamental. Por isso, em determinados rituais cabalistas, abrimos  e erguemos o Sêfer HaTorah e o visualizamos através das franjas do talit. A Torah também deve ser estudada todas as semanas. Ela deve ser entendida em todas as suas formas: Pshat (significado literal), Remez (entender a metáfora, a lição ali existente), Drash (entender os códigos, através de guematria ou de elucidações existentes em comentários externos, como o Midrash, o Zohar, livros de profetas e comentários de cabalistas) e Sod (segredos místicos, a revelação que se dá pela energia das letras da Torah, o nível muito além do intelectual e do emocional). Quando praticamos estes 5 níveis de entendimento da Torah, atingimos o PRDS, ou PaRDeS, o tal do Paraíso.

Outro livro muito importante nos foi deixado por aquele que melhor soube utilizar as letras e suas combinações: David HaMelech (o Rei David). O famoso episódio de David e Golias narra como ele vence um gigante com uma pedra. Quando os textos nos falam de "pedras", normalmente estão se referindo às letras. Yacov deitou sua cabeça em pedras no monte Moriah e, a partir daí, lutou contra o anjo Peniel e se superou, tornando-se Israel. David também utilizou pedras na atiradeira (combinou-as de forma a uni-las fortemente) e destruiu Golias ao neutralizar sua cabeça, sua fonte. A partir desse evento, o rumo de sua vida mudou, abrindo o caminho para os eventos que o levaram a tornar-se rei de Israel.

Este grande compêndio de combinações de letras, de "pedras para matar gigantes", é o Livro dos Salmos. Obviamente, trata-se da versão hebraica, casher, sem acentuação. É uma grande arma. No entanto, considera-se que fazem efeito as traduções também, já que os idiomas são formados por letras hebraicas (elas são a estrutura da realidade). Os salmos devem ser lidos e recitados. Podemos escolher frases que nos interessam e repeti-las como canções, como mantras. Algumas são clássicas, repetidas há milênios em forma de canção. A leitura do salmo pessoal (sua idade +1), também é muito eficaz para o autoconhecimento.

No Chabad podemos encontrar os salmos hebraicos em português, ou na versão transliterada.

Algumas canções clássicas que são frases dos salmos:

"Hine Ma Tov Umanayim Shevet Achim Gam Yachad" - Como é bom e agradável viverem irmãos juntos em harmonia (Salmo 133)

"Kol HaNeshamah Tehal-El Yah, Halelu-Yah" - Que todos os seres vivos louvem ao Eterno! Louvado seja o Eterno! Haleluiá! (Salmo 150)

"Hodu L'Adonai Ki Tov Ki Leolam Chasdoh" - Agradecei ao Eterno, porque Ele é bom e eterna é Sua misericórdia. (Salmo 118)

"Adonai Sefatai Tiftach Ufi Yaguid Tehilêha" - Adonai, abre os meus lábios e a minha boca proferirá o Teu louvor. (Salmo 51)

"Shiviti Adonai Lenegdi Tamid" - Tenho posto ao Eterno diante dos meus olhos (ou diante de mim, ou à minha frente). (Salmo 16)

Compreendendo ou não o texto, é uma boa prática começar a incluir os Tehilim (salmos) em suas orações e meditações diárias.

Sempre que houver problemas no mundo, perto ou longe de você, recite salmos em nome daqueles que precisam de Luz.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Purim

Celebrado em 14 de Adar (Lua Cheia de Peixes), Purim é uma das fendas energéticas que eu mais gosto. Provavelmente por ser muito lúdico, com a questão das fantasias, dos doces, das pegadinhas (tipo primeiro de Abril) e da necessidade de se gerar alegria (atributo de Binah).

Purim significa  "sortes" e a história que ilustra a energia presente nesse dia é a da Rainha Esther. Através de sua ação e de sua confiança de que, na verdade, não existe sorte, de que há sentido em tudo o que ocorre, ela consegue reverter uma situação aparentemente irreversível.

A energia, portanto, é a de milagre: ir contra o provável, ir contra o esperado, quebra do robótico do mundo físico.

São hábitos de Purim fazer uma festinha, usar fantasias (máscaras principalmente), comer um doce que se chama Orelhas de Haman e ficar um pouquinho alegrinho pelo álcool.

O ritual é basicamente a leitura pública do Livro de Esther. Ao final repetimos: "Maldito seja Haman, Bendito seja Mordechai; maldita seja Zeresh, bendita seja Esther; malditos sejam os malvados, benditos sejam os Justos."

Um fato interessante do Livro de Esther (Meguilat Esther) é que o Nome de D-us não é mencionado uma vez sequer. A existência de D-us não é citada nesta história. O significado disto também explica as tradições "maluquinhas" deste dia: Temos de superar a lógica, o nosso intelecto, para podermos acessar essa energia de milagre. Somente quando sabemos em nosso coração, sem a necessidade de entender, que D-us está em tudo, em todos os eventos, por mais esdrúxulos que sejam, é que atingimos a acoplagem com o Eterno, nos iluminamos e, consequentemente, "operamos milagres".

A questão do álcool simboliza isto, pois quando estamos sob efeito de determinadas substâncias, nosso intelecto perde domínio sobre o restante de nós. No entanto, é apenas um símbolo. Não faz parte das práticas cabalistas o uso de substâncias que alterem nosso estado de consciência. Os cabalistas buscam esta mudança de consciência através da meditação e dos rituais.

Celebramos Purim este ano no dia 27/02, a partir das 18hs.

O ritual segundo a minha tradição:

De preferëncia, reúna um grupo ou a sua família. Mas, pode ser feito sozinho também.

1) Acenda duas velas de Yom Kadosh (recite a benção: Baruch Atah Adonai, Eloheinu Melech HaOlam, Asher Kideshanu Bemitzvotav VeTzivanu, Lehadlic Ner Shel Yom Kadosh e acenda a vela da direita e depois a da esquerda);

2) Leia em voz alta a Meguilat Esther e, toda vez que o nome Haman for citado, as pessoas devem fazer muito barulho de forma a evitar que seja ouvido o nome;

3) Festeje, com música, brincadeiras, um pouco de álcool e coma as Orelhinhas de Haman.

Durante o dia seguinte, dia 28/02, deve-se ler a Meguilat em voz alta novamente. Também deve-se doar para 2 pessoas carentes, pelo menos, ao longo do dia. E é hábito dar comidinhas para seus vizinhos e amigos.

Há uma versão online da Meguilat Esther aqui: http://www.chabad.org.br/datas/purim/historia/pur01.html

Purim Sameach para todos nós! Que sejamos todos muito iluminados neste dia!!! Mazal Tov!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O sexo como forma de elevação da realidade

Estamos na parashah de Terumah, que contém uma grande energia de iluminação do plano afetivo, especialmente, do encontro dos casais.

Para a Cabalah, o sexo é um "mandamento", ou seja, uma missão. O sentido da relação íntima dos casais, assim como em outras tradições, é a elevação da consciência. Os cabalistas creem que através de uma relação "apropriada",  ou seja, feita com a consciência pura, os seres humanos construirão uma nova realidade para todo o Universo (todos os demais reinos).

Transcrevo um comentário sobre a passagem do Zohar de hoje, feita por Zion Nefesh, autor do Daily Zohar:

"[a letra]Vav é o aspecto de Zeir Anpin que traz a Luz de Chochmah e Binah para o mundo. O Zohar a descreve como a Fonte da Vida.

O órgão reprodutivo masculino é uma ferramenta física para trazer luz a Malchut. O uso desta ferramenta deve ser feito com a consciência de apreciar este poder de trazer a luz, criar vida e atrair bençãos para a unificação de homem e mulher, Zeir Anpin e Malchut, Luz e Receptáculo.

O uso deste órgão é corrompido pela consciência imprópria e, ao trazer luz sem um receptáculo, cria-se negatividade na vida da pessoa e de sua família.

Quanto mais alto o estado espiritual de uma pessoa, mais luz ela pode atrair e ela tem a responsabilidade de realizar uma conexão apropriada com uma consciência superior para manifestar maior luz em sua vida e na daqueles a sua volta.

Quando este canal é corrompido, a Fonte da Vida seca.  A conexão física pode existir, porém as bençãos não virão."

Disponível em: http://dailyzohar.com/?p=1541

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Tu B'Shevat

 O dia 15 de Shevat é também conhecido como o "Ano Novo das Árvores". É na lua cheia de Aquário que o Reino Vegetal recebe seu grande influxo de Luz.

O Reino Vegetal, na Cabalah, tem intrínseca relação com nossa dimensão emocional, ou seja, as sete sefirot: Yessod, Hod, Netzach, Tiferet, Guevurah e Chessed.

As árvores remetem também à Árvore da Vida e, portanto, toda a nossa Árvore da Vida recebe Luz nesse dia.

O Reino Vegetal, em especial as árvores, tem a capacidade de sair das trevas em direção à Luz. Eles também transmutam os dejetos em alimento, ou seja, naturalmente realizam o tikun da Criação. Devemos olhar para eles como exemplo da nossa missão também, que é transformar Trevas em Luz.

A primeira função do Reino Vegetal, ao ser criado, foi servir de alimento para os demais seres de Malchut.

Este ano, Tu B'Shevat será no dia 30/01. Portanto, realiza-se o ritual no dia 29/01 a partir das 18hs (19hs para aqueles que estão em horário de verão). Coincidirá com o Shabat Beshalach, que tem a energia de "abertura do mar vermelho" (utilização dos 72 Sopros de Elohim para colocar ordem nos pilares da esquerda e direita), portanto, será duplamente luminoso.

Realizamos o ritual de Tu B'Shevat justamente para iluminarmos nosso emocional.

Para que possamos "festejar" este momento luminoso juntamente com o reino vegetal, realizamos algumas ações.

Na noite de Tu B'Shevat (ou seja, no início do dia), fazemos uma ceia festiva contendo estes vegetais:

- Cevada;
- Trigo;
- Oliva;
- Romã;
- Uva;
- Figo;
- Tâmara.

Claro que podem ser incluídos quantos frutos se desejar. Mas estes são representativos das Sefirot. Para os cabalistas, ao consumirmos estes alimentos, liberamos a luz que está contida neles para que ela se eleve e ilumine o restante do ano. Quanto mais vegetais no seder de Tu B'Shevat, melhor.

Também é um lindo hábito de Tu B'Shevat plantarmos uma muda de árvore. Claro que vale plantar qualquer muda de plantinha!

Se você já pratica seus rituais cabalistas, como o sagrado Shabat, pode também nesse dia, antes da ceia, acender velas de yom kadosh e ler o salmo 104. O Salmo 150 é bom também para essa ocasião. Assim como todos os salmos de que você goste. Sempre na versão hebraica, que é a original. (Acenda as velas de Yom Kadosh *antes* das de Shabat!!!)

Os cabalistas de Sfat realizam um Seder (jantar) semelhante ao de Pessach. Se houver próximo a você um Kabbalah Centre, procure-os e desfrute desse interessantíssimo ritual.

As demais tradições cabalistas realizam rituais mais singelos, porém, muito luminosos.

Mazal Tov para todos nós e especialmente, para o Reino Vegetal!!!



domingo, 17 de janeiro de 2010

Momentos para Compartilhar

Quando ocorrem as grandes catástrofes, só há uma ação possível: dar. Seja estando fisicamente no local da tragédia, seja através das organizações de ajuda humanitária, o importante nessas horas é compartilhar.

É o único movimento que o Universo espera de nós.

E devemos sempre doar o quanto pudermos, não é importante a quantia e, sim, a quantidade de vezes que doamos.

Nunca pense que o que vc pode fazer é pouco. Pode ser que seja tudo o que falta.

Para realizar doações para o Haiti:

Amma
(doação com cartão de crédito e garantia de seriedade)
https://www.amma.org/donationsapp/donationInit.do

Embaixada do Haiti no Brasil
Banco: Banco do Brasil
Agência: 1606-3
Conta Corrente: 91000-7
CNPJ: 04170237/0001-71

Comitê Internacional da Cruz Vermelha
Banco: HSBC
Agência: 1276
Conta Corrente: 14526-84
CNPJ: 04359688/0001-51

ONG Viva Rio
Banco: Banco do Brasil
Agência: 1769-8
Conta Corrente: 5113-6
CNPJ: 00343941/0001-28

Care Internacional Brasil
Banco: ABN Amro Real
Agência: 0373
Conta corrente: 5756365-0
CNPJ: 04180646/0001-59