domingo, 2 de janeiro de 2011

O Remédio para a Amargura

Estamos entrando numa fase de purificação planetária. Portanto, nossos esforços em nos purificarmos devem ser redobrados pois, caso não nos refinemos, seremos duramente refinados pelo Universo.

Como gosto de exemplificar, se vc não jogar fora o seu lixo pessoal, o Universo irá chacoalhá-lo até que este lixo saia de vc.

Ao longo da vida, concluí que o nosso problema é a incapacidade de amar além dos limites do ego. Todos os tzadikim de todas as tradições sempre buscaram mostrar isso: Love, Love, Love.

Por isso, buscarei publicar ao longo deste novo ano, conceitos cabalistas sobre o desenvolvimento do amor incondicional.

Segundo o Ancião Hillel: "Aquilo que é detestável para ti, não o faças aos outros. Essa é toda a Torá, o resto é comentário; agora vai e aprende.".

Esta regra foi repetida por diversos santos de diversas culturas e, dentro do âmbito esotérico, recebeu o nome de Regra de Ouro (Golden Rule).

Existe a crença de que aquilo que damos ao Universo é exatamente o que recebemos de volta. Mas isto não ocorre por um "castigo". É apenas a maneira didática do Universo nos mostrar os impactos que geramos com nossas ações no mundo à nossa volta. Quanto menos nos sensibilizarmos com o outro, quanto menos o amarmos, menos nos importaremos com o que lhe estamos oferecendo quando ele interage conosco. Se não percebemos uma ação de desamor instantaneamente e a corrigimos, em determinado momento - quando for mais apropriado -, iremos passar por exatamente a mesma situação de desamor. E passaremos por ela até aprendermos a não oferecer mais isto para o Universo.

O comentário de hoje do cabalista Yehuda Berg também traz um conceito relacionado ao amor:

"Quando nosso comportamento vem de amor, cuidado com os outros e empatia, atraímos almas semelhantes.

Quando nosso comportamento é governado pelo: "O que posso ganhar com isso?” as almas que atraímos nos causarão sofrimento.

Hoje, você pode saber onde se encontra ao ver as pessoas que estão ao seu redor."


Dentro das práticas cabalistas está o refinamento emocional e dos pensamentos. A maneira como recebemos os eventos externos, a forma como olhamos para o próximo (com amor e tolerância ou com o olhar cheio de julgamento e menosprezo), tudo isto forma um ambiente energético que entrará em sintonia com energias semelhantes.

A nossa energia, aquilo que criamos em nós, entra em ressonância com energias semelhantes.

Por isso, o conselho do cabalista - que é um conselho já milenar, citado no Gênese - de se observar, ver o que vc anda trazendo para dentro da sua vida. D-us pergunta a Adam, quando ele se esconde após desobedecê-Lo: "Aonde estás?"

É evidente que o Onipresente sabia exatamente onde Adam se escondia. Então por que perguntar? Porque devemos NOS perguntar sempre: Aonde estou? Para onde estou indo?

Semelhante atrai semelhante. Veja o que vc anda atraindo para dentro da sua vida e perceba aonde vc está.

3 comentários:

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Olá!

Primeiramente gostaria de parabenizá-la pelo excelente tema que escolheu, através do qual podemos refletir, crescer e buscar por em prática. Um tema capaz de resumir numa só frase os 40 dias em que Moshé ficou na montanha (Akiba), mas que é muito difícil de ser vivenciado. Como é difícil...

Como sou apaixonado por História, vou comentar primeiramente sobre Hillel e a citação que fez acima, a qual parece-me uma boa tradução de bShab 31a que eu conheço como "não faças aos outros o que não queres que te façam", provavelmente decorrente do Livro de Tobias 4.15 que, por sua vez, segundo Geza Vermes, viria emprestado dos Ditos de Aicar: "Filho, o que te parece mal, não o faças ao teu companheiro" (8.88). Contudo, a fonte de tudo vem mesmo na Torah em Vaicrá 19.18, sobre amarmos o próximo da mesma maneira como amamos a nós mesmos.

Tenho aprendido que a formulação negativa "não faças" também inclui a formulação positiva "faças". Isto é, o que quero que seja feito para mim, devo fazer também para o outro (Yeshua). Ou aquilo que eu quero que façam por mim, devo fazer por tais pessoas.

É aí, nesta formulação positiva, que o amor torna-se bem difícil de ser praticado, pois envolve uma certa dose de criatividade, reflexão, entusiasmo pela vida e carinho pelo outro. Pois fazer aquilo que quero que me façam requer que eu seja um construtor e às vezes até um artista capaz de dar cores e formas a uma tela vazia.

Que neste ano possamos amar!

Ariel Shem Tov disse...

Ah! Muito obrigada por mais um comentário enriquecedor! É exatamente isso.

Coincidentemente, eu ia entrar mais adiante justamente nesse mandamento do Amar ao Próximo, porque é o único que realmente interessa. Acredito, e há discussões-mil a respeito, que os demais mandamentos são apenas adornos deste.

Sim, este ano iremos precisar AMAR muito!

Bjs

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Realmente há inúmeros comentários e doutrinas sobre o amor e permanece tão atual o que disse Hillel "agora vai e aprende".

Eu pretendia passar a comentar sobre os escritos do Yehuda e o trecho da Torah sobre o amor do Eterno para com Adam, mas acho que seria proveitoso refletir quanto à indagação sobre como amar.

O não fazer é mais do que nossa obrigação. Já o fazer também o é. Daí penso o quão importante é buscarmos inspirações para amar Deus, o cônjuge, os filhos, os pais, os irmãos de sangue, os colegas de trabalho, os liderados, os clientes e parceiros comerciais, os vizinhos, os que se opõem a nós e também nós mesmos.

Nas 12 situações acima, que não são taxativas, muito pode ser debatido e sugerido. Por exemplo, um marido pode fazer sua esposa feliz trazendo-lhe flores e presentes simbólicos quando retorna do trabalho. Ou escrever um bilhete quando sai de casa, ou ainda passar uma mensagem de texto no celular. Elogiar a refeição ou dizer o quanto a acha bonita são pequenos gestos que tornam um lar mais feliz.

Que em 2011 possamos compreender mais o significado de amar!