sexta-feira, 11 de março de 2011

Mais sobre a misericórdia

A líder do Kabbalah Center, Karen Berg, recentemente postou uma mensagem indicando que de fato já estamos entrando na grande energia de restrição e renovação do planeta.

Transcrevo a mensagem abaixo e comento logo em seguida:

"Neste momento, Urano está entrando em Áries e permanecerá lá por cerca de 7 anos. Urano é o planeta que rege Aquário, e representa a imprevisibilidade, revoluções e a individualidade. Áries é controlado por Marte que é considerado o planeta da guerra.

O que podemos esperar é que veremos revoluções ainda maiores e mais desastres naturais. Apesar de que, pelo ponto de vista astrológico, não pareça que as coisas ficarão melhores, sabemos que os astros compelem, eles não impelem. Isso quer dizer que podemos mudar as marés. Mas isso não acontecerá sem que cada um de nós se responsabilize e mude nossas naturezas egoístas.

O que estamos vendo agora é que a Terra está vomitando toda a negatividade que criamos por todos esses anos, seja a ganância, o ódio, a raiva, ou até mesmo uma simples falta de dignidade humana.

A Kabbalah nos ensina que nós podemos superar a influência dos planetas. Mas para fazer isso, DEVEMOS mudar nosso comportamento, agir com gentileza e rapidamente abraçar a cada um com tolerância e respeito.

Mais particularmente para aqueles de nós que estudam Kabbalah e aprendem como controlar seu comportamento reativo, esta é a hora de ser diligente no que nós sabemos.

Para aqueles que têm o Zohar, vamos escanear e manter em nossos corações, mentes e consciências, os que precisam de nosso apoio ao redor do mundo."
- Karen Berg


O enfoque astrológico cabalista é bastante interessante. Enquanto a maior parte das pessoas acredita que os astros regem algumas energias, os cabalistas acreditam que os astros são SINAIS que mostram as energias que estão presentes. Ou seja, se Urano entra em Áries, isto quer dizer que esta configuração astrológica está nos mostrando que já está presente uma energia de instabilidade e revolução caótica e violenta. Havendo ou não o astro, a energia está lá presente. Ou seja, não estamos sujeitos à ação dos astros, estamos sujeitos à ação de diversas energias cósmicas e, por não olharmos para os sinais indicativos dessas energias, somos jogados pelas ondas do destino para qualquer lado. Em linguajar praiano, tomamos vaca e caldo no mar da vida.

Outro enfoque interessante é esse da interconexão de tudo. Se ocorre um desastre qualquer no mundo, e ficamos sabendo dele, significa que nossa negatividade contribuiu para que aquela energia se manifestasse. Portanto, devemos imediatamente acudir e corrigir o ocorrido.

Muitas vezes, podemos participar diretamente na ajuda. Outras vezes, podemos agir somente indiretamente. E, na maior parte das vezes, só podemos pedir por misericórdia e mandar energias positivas para o local. Dentro da visão cabalista, além de termos de procurar esses 3 modos de participação, devemos IMEDIATAMENTE fazer o bem a alguém. Mesmo que nos pareça que este alguém não tem conexão alguma com o evento negativo, é imperativo que façamos algo de bom para qualquer pessoa que cruze nosso caminho.

Doe dinheiro ou bens, dê uma esmola, visite algum enfermo. Faça algo de bom para alguém, mesmo que vc julgue que esse alguém "não merece" (muitos dirão: especialmente se vc julgar que este alguém não merece).

Para garantir que haja misericórdia no mundo, devemos ser misericordiosos primeiro.

8 comentários:

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Olá!

Interressante a sua visão de mundo porque, meditando sobre a responsabilidade humana, evita-se o fatalismo.

Eu não creio num pré-destino, mas na soberania do Eterno. E os sinais no céu dos quais fala o profeta Ioêl (não acho que ele tenha falado de astrologia), assim como os demais acontecimentos da vida, devem ser vir de reflexão para o homem.


"O que estamos vendo agora é que a Terra está vomitando toda a negatividade que criamos por todos esses anos, seja a ganância, o ódio, a raiva, ou até mesmo uma simples falta de dignidade humana."

Exceto os terremotos e os tsunamis, vejo que muitas catástrofes naturais decorrem mesmo da ação humana sobre a naturea, mas que têm como causa mais profunda o pecado, a nossa desconexão com o Eterno e o próximo.

Por sua vez, mesmo o terremoto nos mostra a desordem social na qual muitos de nós nos encotnramos. Por exemplo, basta que comparemos o que houve no Japão e no Haiti, em que num país as consequências foram bem maior do que no outro, demonstrando como que a união de um povo pode influenciar nos resultados. Isto porque o Haiti em muito lembra o Brasil pelos seus problemas sociais e a exploração dos ricos sobre os pobres. Contudo, vimos mais um desastre nuclear ocorrer na história, lembrando ao mundo sobre os riscos da utilização deste perigosa energia.

Ora, por que a humandiade não desativa todas suas usinas atômicas? É por causa da ganância dos governantes, dos inúmeros interesses e da fraca mobilização social, muito embora em alguns países o episódio de Fukushima está influenciando o eleitor.

Embora não deseje a ocorrência de tragédias, sei que elas podem ser oportunidades para a evolução coletiva da humanidade. Assim, espero que o Brasil tire lições com os lamentáveis problemas com as chuvas.

Abraços e muita paz para você!

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Em tempo!

Acho que compreendi qual seria o enfoque astrológico cabalista, mas sobre "sujeitos à ação de diversas energias cósmicas", penso que o ser humano, que é o universo consciente, tem a possibilidade de construir uma nova realidade.

Sendo assim, fica em aberto um espaço para que a voz profética não se cale diante das situações concretas, o que precisa ser feito em níveis globais e local. Dizer que "está próximo o dia", como fez Ioêl em seu tempo (e para o nosso tempo), não significaria a retomada desta consciência?

Eis aí um bom livro das Escrituras que complementa a discussão. O que acha?

Ariel Shem Tov disse...

Acho muito bonito como vc consegue aplicar os conhecimentos espirituais à sua religiosidade. Dá prazer compartilhar com pessoas como vc.

Chag Pessach Sameach!

(Peça muita misericórdia mesmo pro mundo...)

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Olá, amiga!

Penso que as diferenças é que muitas das vezes levam as pessoas a compartilharem. E pluralidade é uma coisa boa, o que deve servir de moivação para o diálogo inter-religioso, coisa que nem sempre os mais ortodoxos estão preparados.

Você falou em religiosidade, mas tenho buscado ultimamente mais o "re-ligar" do que seguir instituições religiosas ou doutrinas. Assim, tenho buscado aprender através de minha experiência e acho que todos devem basear-se nisto que as Escrituras muito bem colocam:

"Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o SENHOR, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o SENHOR" (Irmiáhu 31.34; tradução da ARA)

Isto não significa que não possamos aprender com os outros sobre a misteriosa realidade realidade que nos cerca, até porque onde há multidão de conselhos há sabedoria (Mishlê). Porém, o texto significa que cada um precisa extrair de si mesmo o conhecimento espiritual. Do contrário, criamos só mais uma cultura que apenas muda as coisas na sua aparência exterior.

Talvez este seja o grande desafio educacionista do século - formarmos pensadores e seres capazes de interpretar o mundo de informações em sua volta. Como compartilhei hoje com um amigo em seu blogue "Café com Gente", trata-se de "tarefa árdua, não tenho dúvidas. Mas mesmo que nossos olhos não vejam as mudanças, permanece em nossos corações a fé de que algum dia o mundo mudará. E, se temos fé, continuamos a agir e lutar."

Obrigados pelo seu desejo de um feliz Pessach.

Que o Eterno nos abençoe e conceda a paz tão desejada!

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Aproveitando o clima da Pessach, considero muito oportuno meditarmos acerca da passagem civilizacional que a humanidade necessita atravessar, afim de que venhamos superar a atual crise ecológica e existencial do momento.

Curiosamente, em decorrência da globalização imposta pelo neoliberalismo e pelos meios de comunicação, estamos nos tornando uma só sociedade planetária. Um movimento que foi elaborado com uma finalidade excludente hoje se torna algo extremamente positivo porque produz uma admirável dialética - a globalização solidária. Já não dá para pensarmos em fazer política focando unicamente o interesse local ou de um país. Pois hoje vivemos todos numa única Arca de Noé, de modo que a minha sobrevivência inclui a todos e não somente a de minha família, visto que a Terra é um todo orgânico - um super organismo vivo.

A antiga sociedade patriarcal já se vai. Hoje a mulher toma parte nas decisões e a presença do feminino contribui para nos humanizar e nos tornarmos mais benevolentes e capazes de compreender melhor a Vida. E isto ocorre quando o masculino e o feminino se integram.

Já não dá mais para vivermos num mundo dividido em classes. Devemos ser um só povo e todos devem ter acesso à alimentação, à água, à saúde, à moradia, à comunicação, à educação e à preservação do planeta. E não somente o homem deve ser destinatário de uma política de inclusão, mas todos os seres como os animais, as plantas e os minerais, como participantes de uma única família global.

Assim, devemos ter a consciência de que não somos mais seres isolados ou que a Terra seja um somatório de elementos como a terra seca, água, rochas atmosfera e seres vivos, mas sim uma totalidade que se articula. Então, pode-se dizer que nós somos a Terra e que a Terra somos nós. Somos feitos do pó da terra e ao pó voltaremos, de modo que precisamos amar e preservar Gaia, nossa Pacha Mama, a Adamah da qual Adam fora criado. Aliás, o homem é a Terra que fala graças à animação dada pelo sopro do Eterno, de modo que precisamos reverenciar este Mistério - a Vida.

Assim, desejo que possamos compreender, viver e contribuir para esta importante passagem que o nosso planeta e sua humanidade estão atravessando.

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Como vai, amiga?!

Está sumida? Parou de escrever?

Passei aqui só pra dar um alô.

CHAG SAMÊACH!

Abração.

Ariel Shem Tov disse...

Chag Sameach, atrasado!

Parei um pouco, porque ganhei neném há 2 meses atrás. Aí fica difícil o dia-a-dia, né?

Mas continuo pesquisando formas de trazer a misericórdia para todos nós, a fim de enfrentarmos esta reta final para a redenção.

Bjs pra família!

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Parabéns pelo bebê!

Que o Eterno abençoe esta criança!

"Lemáan achai vereái, adabera na shalom bach"! (Salmo 122.8)

Continue sempre pesquisando.

Abração pra você e família!