No entanto, há muitas e muitas outras considerações, porque o dinheiro, na verdade, foi apenas a maneira que o ser humano conseguiu "materializar" algo muito abstrato: o peso energético (o valor que algo tem para nós) e a interconexão dos humanos (e dos humanos com alguns outros seres).
Aqueles que afirmam: "o dinheiro não existe", estão falando a verdade no sentido físico. O dinheiro é apenas um acordo: esta nota tem este valor, este saldo bancário possui este valor, etc. É muito fácil que ele deixe de existir de uma hora para outra. Cada vez mais fácil. Quando a energia de troca era materializada em algo diretamente consumível, como sal ou óleo, ela era mais "material", do que hoje, em que o dinheiro é uma informação contida numa nuvem de dados de alguma instituição com poder para dizer "eu sou dona do dinheiro". Cada vez mais caminhamos para uma sociedade onde o dinheiro será cada vez mais próximo do abstrato, do que ele realmente é: uma energia de troca.
Dentro de tudo o que devemos considerar neste novo momento "monetário" no qual estamos a ingressar, gostaria de destacar 3 principais:
1) Onde meu dinheiro trabalha? É muito mais fácil percebermos a interconexão das coisas através do nosso dinheiro. É claro que nos conectamos ao Universo através de outras energias, mas o dinheiro é a mais óbvia. Devemos pensar sempre: o que estou alimentando quando meu dinheiro sai do meu domínio? Que tipo de entidade está se beneficiando, crescendo, com o meu dinheiro, com o fruto do meu trabalho, do meu mérito? É incômodo pensar desta forma, mas é o correto.
2) Meu dinheiro é um empréstimo. Assim como quando morremos, devolvemos a matéria - o material químico do qual somos compostos -, para o Universo, devolvemos toda a nossa riqueza material. Assim, o acúmulo despropositado (e friso isso aqui: acumular sem um propósito definido) é extremamente negativo, faz mal para o Mundo todo. Dinheiro é uma energia de troca, e portanto, deve estar em movimento, sempre indo de onde está em excesso, para onde faz falta. A Cabala tem o conceito de Tzedaká: fazer justiça com dinheiro. O sentido não é moralista, é apenas de fazer o correto: tirar de onde sobra para onde faz falta. Não se doa para caridade para sermos "bonzinhos" e sermos vistos com bons olhos. Doamos para fazer o correto e evitarmos o mal.
3) O dinheiro é uma afirmação de valor. Como o Rabino Bonder bem definiu, através do dinheiro afirmo o que me importa e o que não me importa. Onde eu considero que vale a pena investir meu dinheiro, define meus valores reais. Se considero que um determinado valor é exagerado para dar, mas não é exagerado para meu consumo próprio, estou fazendo uma afirmação fortíssima, e da qual quase nunca me dou conta. Esta auto-análise financeira é uma ferramenta muito útil para refinarmos nossos valores. Na Nova Era em que estamos ingressando, isso extremamente importante.